Indomada tentou
negar tudo que lhes diziam,nada podia ser verdade, afinal como ter certeza de
algo que tem como suporte a incerteza? Ela queria acreditar, queria poder
pegar tudo e saber que era verdade, não porque havia comprovações,mas
simplesmente porque acreditava,e isso basta,ou devia bastar. Mas preferia não
crer,talvez pra não criar grandes expectativas e quebrar a cara,pois sempre
diziam que quanto maior a altura, maior o tombo, então preferia se manter no
chão pra não correr o risco de estabacar-se.
Depois
de alguns devaneios percebeu que o que mais machucava não era o não acreditar,e
sim, o não confiar,a sua não confiança em si era tamanha que ninguém conseguia
depositar um pingo de fé,isso sim a machucava,e a desacreditava,e fazia perder
as vontades de voar.Percebeu porém que seus vôos não deviam depender
das asas dos outros,e ela não podia querer que os outros a ajudassem,não
podia exigir que as pessoas ao seu redor tivesse as mesmas
vontades,não podia querer que os quereres dos outros fossem como os seus
quereres,não podia exigir confiança,podia apenas se desprender de tudo que a
acorrentava,pra ver se assim ficava mais leve,adormeceu e foi em busca de seus
pequenos desejos.