quarta-feira, 7 de novembro de 2012

"Que a certeza não escorregue,feito pedra de sabão..."



Indomada tentou negar tudo que lhes diziam,nada podia ser verdade, afinal como ter certeza de algo que tem como suporte a incerteza? Ela queria acreditar, queria poder pegar tudo e saber que era verdade, não porque havia comprovações,mas simplesmente porque acreditava,e isso basta,ou devia bastar. Mas preferia não crer,talvez pra não criar grandes expectativas e quebrar a cara,pois sempre diziam que quanto maior a altura, maior o tombo, então preferia se manter no chão pra não correr o risco de estabacar-se.

Depois de alguns devaneios percebeu que o que mais machucava não era o não acreditar,e sim, o não confiar,a sua não confiança em si era tamanha que ninguém conseguia depositar um pingo de fé,isso sim a machucava,e a desacreditava,e fazia perder as vontades de voar.Percebeu porém que seus vôos não deviam depender das asas dos outros,e ela não podia querer que os outros a ajudassem,não podia exigir que as pessoas ao seu redor tivesse as mesmas vontades,não podia querer que os quereres dos outros fossem como os seus quereres,não podia exigir confiança,podia apenas se desprender de tudo que a acorrentava,pra ver se assim ficava mais leve,adormeceu e foi em busca de seus pequenos desejos.




domingo, 4 de novembro de 2012

V o l t a s

Pode ser que seja excesso de orgulho,falta de maleabilidade,maturidade ou sei lá o que,mas é difícil se sentir fora e fingir que esta dentro,é como se eu tivesse tentando encaixar uma peça no lugar que ela não é,ou talvez até seja, porém ela esta virada,e o virar não é tão fácil,a gente se acostuma com os lados,com as pessoas,e quando estas mudam (sim,lados e pessoas mudam com uma rapidez inexplicável) é difícil se encaixar de novo,é claro que eu também mudo e com a mesma rapidez como todas as outras coisas e pessoas,e uma característica muito forte da 'mudança' é que ela sempre nos leva a novos ares,e infelizmente nem sempre são os mesmos daqueles que amamos ou que amávamos, se é que podemos deixar de amar alguém,porque quando se ama,não se deixa.E esse mudar para novos lugares,novos lados,novas pessoas,com novas pessoas,nos distanciam,porque estamos em tempos diferentes,é pode ser,tempo,é isso,não é que eu não queira estar,claro que eu quero,mas me incomoda,algumas poucas coisas que eu não consigo me abster me incomodam,e pra não ser chata, inconveniente ou chegar a um ponto de nem me chamarem mais é melhor eu me afastar mesmo,pra que ir contra? Sempre disse pra quem quiser ouvir que só devemos continuar em algo quando este nos faz bem e nos traz mudanças,mas se fosse assim,só assim,eu continuaria,mesmo não me encaixando,continuaria pelo mesmo orgulho que eu disse agora pouco,mas também acredito que a gente sabe quando incomodamos,e se continuamos é porque queremos que alguém se estresse ou fique triste,e eu não quero,não quero mesmo então prefiro parar,pronto,parei...não,não sei por quanto tempo vou aguentar,mas tentarei,e se eu tiver me auto mutilando,ai eu volto,talvez seja tarde demais, talvez eu me arrependa,mas não quero e não posso incomodar,porque amo,e incomodar quem eu amo é me auto mutilar.
E se a gente começasse do zero,do tipo: ''Oi,tudo bem? Meu nome é fulana,tenho tantos anos,e sou inconstante,muito prazer.'' e fossemos lentamente,pra que colocar um catalisador pra aumentar a velocidade de algo que o bom não é o final,e sim o processo? Por favor não criemos culpas,vamos ver aonde vai dar,vamos ver aonde a mudança nos levou,transformações são essenciais então deixa,deixa que o tempo ajeita e os lados voltam,as pessoas voltam,a gente volta.